No Dia Internacional da Mulher, celebramos histórias de mulheres que transformam realidades com coragem e força. Entre elas, está Isatou Ceesay, conhecida como a “rainha da reciclagem da Gâmbia”. Ela enxergou valor onde muitos viam apenas lixo e mudou a realidade de sua comunidade ao transformar resíduos plásticos em fonte de renda e oportunidade.

Isatou Ceesay cresceu vendo pilhas de resíduos acumulados a céu aberto em sua comunidade na Gâmbia. Sem um sistema regular de coleta, o lixo se espalhava pelas ruas, contaminando o solo e afetando a vida das pessoas. O problema se agravou quando plásticos foram encontrados no estômago de animais, as plantações foram prejudicadas e os surtos de malária aumentaram devido à água parada acumulada nos resíduos. Ela sabia que precisava agir.

Sem acesso ao ensino médio por falta de recursos — realidade de 75% das crianças gambianas, que precisam trabalhar desde cedo — Isatou encontrou oportunidades onde pôde. Trabalhou em diversos empregos e, mais tarde, ao se voluntariar no Corpo da Paz, nos EUA, aprendeu sobre reciclagem e suas possibilidades. Foi ali que surgiu a ideia que mudaria sua vida: transformar sacolas plásticas descartadas em algo valioso.

Em 1997, aos 25 anos, reuniu algumas amigas sob a sombra de uma árvore e começou a produzir bolsas feitas de plástico reciclado. Elas higienizavam, cortavam e uniam as sacolas em longas tiras, que depois eram transformadas em bolsas de crochê com padrões únicos. O resultado as surpreendeu — e revelou um caminho para um futuro melhor.

SUPERANDO DESAFIOS E MUDANDO VIDAS

A iniciativa não foi bem recebida no início. A comunidade as chamava de "sujas" e desacreditava no projeto, duvidando da capacidade de uma mulher jovem liderar algo significativo. Mas Isatou persistiu. Seu objetivo era claro: dar às mulheres uma fonte de renda, independentemente da escolaridade.

Meses depois, as primeiras bolsas foram vendidas na capital da Gâmbia, e muitas daquelas mulheres receberam dinheiro pela primeira vez, ajudando financeiramente suas famílias. Com o tempo, mais mulheres se juntaram ao grupo e até os homens, antes céticos, passaram a apoiá-las ao ver o impacto positivo em casa.

Assim nasceu o N’jau Recycling and Income Generation Group (NRIGG). O que começou como um simples encontro sob uma árvore se tornou um centro de habilidades e empreendedorismo, onde mulheres aprendem a transformar resíduos em produtos vendáveis. Hoje, os itens são comercializados até em outros continentes, e a iniciativa cresceu para incluir compostagem e reaproveitamento de outros materiais.

O impacto de Isatou foi além: ela já treinou mais de 11 mil pessoas em todo o país e recebeu o prêmio Making a World of Difference, da International Alliance for Women. Onde outros viam um problema, ela enxergou uma oportunidade — para o meio ambiente e para a transformação social.

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RESÍDUOS COMO SOLUÇÃO: UMA NOVA FORMA DE ENXERGAR O FUTURO

A história de Isatou mostra como a gestão de resíduos pode ser uma ferramenta poderosa para mudanças ambientais, sociais e econômicas. O que ela fez na Gâmbia tem eco em diversas iniciativas pelo mundo, incluindo o trabalho que realizamos na Urupê.

Nosso software de gestão de resíduos permite que empresas controlem, reduzam e até monetizem seus descartes, conectando quem gera resíduos com quem pode reaproveitá-los. Assim como Isatou transformou lixo em oportunidade, buscamos ajudar organizações a enxergarem os resíduos não como um problema, mas como um recurso valioso para um futuro mais sustentável.

Quer saber como podemos ajudar sua empresa a fazer parte dessa transformação?

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Crédito das imagens e dados: Climate Heroes